sexta-feira, 23 de novembro de 2007

ENTENDENDO CINEMA

O que é Cinema? Como ele influência as nossas vidas? O que veio primeiro o cinema ou a televisão? O que se deve assistir?

De acordo com pesquisas internacionais e nacionais o cinema é o segundo produto cultural mais consumido pelas pessoas, de qualquer faixa etária, apenas precedido pela Televisão. E isso, levando em consideração apenas o número de vezes que as pessoas vão ao cinema, o que exclui, portanto, todos os filmes vistos em casa, exibidos pelos canais de televisão ou reproduzidos por meio de aparelhos de vídeo.

Desde sua invenção em 1895 por Lumiére, na França, o cinema vem oferecendo opção de prazer e conhecimento aos mais variados públicos.

Por que será que a chamada sétima arte exerce tanta fascinação pelas pessoas?

O Cinema como meio de comunicação de massa.

O cinema, como meio de comunicação, caracteriza-se por reproduzir a imagem em movimento e, sob esse aspecto distingue-se da fotografia, que é estática e congela o movimento, operando um corte no tempo. O cinema é uma arte temporal que cria a ilusão de reproduzir a vida tal qual é. Coloca na tela pedaços da realidade, como se nosso olhar estivesse enfocando o real e não a sua representação. O espectador tem a impressão exata de estar participando dos acontecimentos, sendo deles mais uma testemunha. Isso ocorre mesmo com a representação de fatos acontecidos longe de sua moradia ou local de trabalho. O realismo procurado pelo cinema tem por objetivo único dar credibilidade a representação. O cinema escamoteia, esconde seus produtores, ou seja, o grupo social que o produz, do mesmo modo como esconde os truques de filmagem. Com isso, fortalece a sensação de participação direta no que está acontecendo.

Criado, a principio, para ser um aparelho de laboratório de física, reprodutor do movimento, o cinema se transforma em veículo narrativo, ou seja, conta uma história. Por contar histórias, ele desperta o interesse de muitas pessoas e tem a possibilidade de se transformar em espetáculo coletivo.

Um outro fator que contribuiu para que o cinema se transformasse em meio de comunicação de massa foi a possibilidade de se fazer várias cópias de um mesmo negativo original, cópias que seriam exibidas em vários lugares simultaneamente, atingindo um público muito maior do que os espetáculos de teatro, que exigem a presença dos atores no palco, em cada uma das apresentações.

Ao ser industrializado, com a formação de grandes companhias produtoras e distribuidoras - Os estúdios - o cinema precisou ser padronizado dentro de uma perspectiva capitalista de produção. O que antes era feito quase artesanalmente pelo diretor foi racionalizado e transformado quase em linha de montagem. As varias atividades técnicas foram separadas em departamentos: roteiro, direção de arte, figurinos, efeitos especiais etc. Produção e direção também se separaram. O produtor passou a fazer a coordenação geral do processo escolhendo o roteiro, o fotógrafo, os atores e até mesmo, o diretor. Para garantir a mão-de-obra especializada, Os estúdios mantinham todos esses profissionais sob rígidos contratos que não podiam ser que­brados sob pena de terem seus salários suspensos.

A medida que o sistema ficava cada vez mais complexo, foram necessários maiores investimentos que vinham de banqueiros, indústrias de comunicações, enfim, de investidores externos. Segundo Mauricio R. Gonçalves estudioso de cinema, “todos estes capitalistas desejavam auferir lucros de seus investimentos, de modo que a produção dos filmes hollywoodianos deveria obedecer a fórmulas e esquemas que se não os garantissem, pelo menos não representassem séria ameaça aos lucros almejados".

Isso leva a um segundo estágio de homogeneização, ou seja, o da padronização dos gêneros. Cada um, fosse faroeste, comédia pastelão, drama social, drama romântico, musicais, filmes de terror; de suspense, ou quaisquer outros, deveria seguir fórmulas apropriadas que se adequassem aos atores sob contrato.

Apesar de o sistema de estúdios, característico do cinema americano, ter se extingui­do a partir da década de 50, o modelo industrial de se fazer filmes continua a existir em lidos os paises produtores de cinema, inclusive o Brasil.


Texto retirado do livro "Temas de Filosofia" de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins

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