segunda-feira, 19 de novembro de 2007

SUGESTÃO DE LEITURA

Rosália Duarte em “Cinema & Educação” aborda o tema de maneira bem simples e familiar, o livro é destinado a educadores e estudantes. A autora procura introduzir o desenvolvimento da “competência para ver”.

Para ela, a experiência das pessoas em assistir filmes contribui para a apropriação correta dos enunciados, porém não basta. È preciso desenvolver a análise, compreensão e apreciação das histórias contadas cinematograficamente. Fatores externos, como a atmosfera cultural em que vivem também contribui para desenvolver a maneira com que as pessoas irão lidar com os produtos culturais, inclusive o cinema.

A educação ministrada no interior da escola é apresentada como “uma das muitas formas de socialização (...), um entre muitos modos de transmissão e produção de conhecimento, de constituição de padrões éticos, de valores morais e competências profissionais”. Ver filmes também é uma prática social e, tão importante quanto às análises em sala de aula, como leitura de obras literárias, filosóficas, sociológicas.

A educação é tratada como um processo de socialização. Neste contexto, conclui-se que é preciso identificar e analisar todos os espaços e circunstâncias nos quais esse processo acontece, por isso, estudar o cinema e sua contribuição para a formação educacional de cada indivíduo.

Para isso, o livro nos faz viajar pela história do cinema. Sempre utilizando exemplos de obras, a autora apresenta a cronologia do cinema, inclusive no Brasil, fazendo uma síntese histórica da sétima arte. Apresenta também a linguagem cinematográfica, fazendo com que o leitor interaja e entenda certas técnicas pertinentes e importantes ao estudo que se fará a seguir.

O espectador é o sujeito da análise, por isso, o sentido atribuído a um filme depende “de uma complexa teia de elementos significadores que inclui distintas formas de fazer uso da técnica, a maneira como os sistemas de significação da linguagem cinematográfica são articulados, as diferentes concepções de cinema, as convicção polícias, valores e normas culturais das sociedades em que os filmes são vistos e/ou realizados, e ainda, as exigências do mercado”.

A relação entre cinema e escola também é apresentada pela autora. O cinema fala da escola desde o fim da Segunda Guerra Mundial, em contrapartida, aulas de História e Geografia já se utilizam de obras cinematográficas. O livro apresenta, então, exemplos de como outras disciplinas podem se apropriar dos enunciados cinematográficos. “É possível discutir questões tão distintas quanto aprendizagem, desenvolvimento, abuso sexual, relações familiares, divórcio, amor e casamento combinando leitura e discussão de textos psicológicos com exibição de filmes”.
Ela apresenta ainda que a sétima arte pode ser utilizada como instrumento de pesquisa: “(o filme) pode ser ‘lido’ e analisado como texto, fracionando-se suas diferentes estruturas de significação e reorganizando-as novamente segundo critérios previamente estabelecidos”.

E conclui que a análise fílmica, ou análise descritiva de filmes, ajuda alunos e professores na compreensão das diferentes formas de educar e formar gerações adotadas por diversos povos. “É sempre um novo mundo, construído na e pela linguagem cinematográfica, que se abre para nós quando nos dispomos a olhar filmes como fonte de conhecimento e de informação”.
Apesar do conteúdo histórico e pedagógico, o livro não supriu minhas necessidades sobre atividades práticas de educação para o cinema. Fiquei na expectativa de encontrar propostas de atividades, mas encontrei apenas títulos de filmes sugeridos para uso em sala de aula. A proposta editorial é ótima, mas é teoria e não um manual de orientação para atividades práticas...

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