Na Quarta-feira de Cinzas um dos principais assuntos comentados era o velho jargão de que no Brasil as coisas só funcionam depois do Carnaval. No Twitter, ‘Feliz Ano Novo’ foi o primeiro no ranking dos Trending Topics quase durante o dia todo. A maioria dos usuários da rede social reclamava da piada, mas não deixava de concordar que o brasileiro deixa para começar realmente depois da folia.
Já que é senso-comum, que o ano comece então. Que tenhamos mais deputados reclamando da falta de projetos em pauta para serem votados. Afinal, se os escolhemos como nossos representantes, que o façam em período integral. Que estejam de olhos bem abertos mesmo durante a folga. Que tristes episódios, como o da apuração do Carnaval de São Paulo, por exemplo, sirvam de gancho para aumentar a discussão.
Aqui, quero abrir parênteses para dizer que a solução para esta violência sem medida é a Educação. Acredito que mais do que investimento em segurança – que tem sido anunciado em São Paulo – a solução para a maioria dos problemas está na Educação. E quero aqui dividir as coisas: ensinar sobre moral e bons costumes ainda é função da família. O Estado também não precisa carregar toda a responsabilidade. Mas, um governo que investe em boas escolas, incentivando a leitura e formando cidadãos críticos e conscientes jamais verá uma briga generalizada protagonizada por pessoas que não aprenderam o verdadeiro sentido de uma competição.
E, voltemos ao ‘início’ do ano. Que seja um início para nós mesmos. Precisamos aprender a não deixar para depois. O momento sempre é agora. Mas, se mais uma vez esperamos passarem as festas para tomar atitudes, que os planos saiam do papel. Deve haver uma explicação científica para esta nossa necessidade de procurar uma data-marco, em geral, no início. É preciso aguardar até a segunda-feira para uma dieta ou 1º de janeiro para cumprir promessas. Se esta era a desculpa que faltava, arregacemos as mangas e vamos à luta. Aquele ditado que diz: “Quem espera sempre alcança” não pode ser mal interpretado. Esperança sim, comodismo não!
Artigo publicado em 23.02.2012 pelo Jornal O ECO.

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